Vinho e Turismo
- dvinus
- 2 de ago. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de out. de 2020
Conhecer as vinícolas que dão verde ao sertão de Petrolina é o passeio que mais atrai turistas à região.

O roteiro do Vapor dos Vinhos encanta adultos e crianças, que adoram o banho na Ilha da Fantasia, no Lago do Sobradinho, um dos maiores lagos artificiais do mundo. Para ficar ainda melhor, confira se a eclusa está incluída... o que é isso? Bom, a eclusa é tipo um elevador num reservatório, que é enchido ou esvaziado de água, para que as embarcações consigam transpor o desnível de uma barragem que, no caso de Sobradinho, é de pouco mais de 32 metros. Uma experiência muito legal! E, claro, uma parada para a visita à vinícola Terra Nova, do Grupo Miolo. Após o tour guiado por um enólogo, é feita uma degustação de vários tipos de vinhos, espumantes e sucos produzidos por lá. Tudo à venda na lojinha, com desconto para os participantes do passeio.
Rota que vale a pena é até a vinícola Santa Maria, dos vinhos Rio Sol, em Lagoa Grande, uns 80 km de Petrolina. Basta agendar pelo site que aliás tem várias opções de passeio, o Completo inclui tour guiado por um enólogo, é feita uma degustação de vários tipos de vinhos, espumantes produzidos por lá. Tudo à venda na lojinha, passeio de catamarã pelo rio São Francisco, regado a espumantes e almoço na casa onde aconteceu a filmagem da minissérie Amores Roubados da globo.
Vale conhecer: Adega Bianchetti Tedesco – Vinhos Bianchetti Com uma história ligada ao pioneirismo da viticultura no Vale. À Vinícola Bianchetti & Tedesco é uma pequena vinícola familiar fundada por um casal de enólogos gaúchos que vieram há mais de 20 anos para a região do Vale do Rio São Francisco para trabalhar na Vinícola Botticelli. Após anos trabalhando na região resolveram criar a sua própria vinícola. Além de vinhos eles produzem suco de uva e garapa de cana, eles são os únicos a produzirem suco e vinhos orgânicos nesta região a Bianchetti passou por uma reformulação nos últimos anos e tem apostado em vinhos e sucos biodinâmicos e orgânicos, certificados pela IBD e IFOAM; além de espumantes e caldo de cana integral (!). A produção não ultrapassa 50 mil litros por ano. Dá para aprender muito sobre a elaboração vinífera diretamente da proprietária da vinícola, a enóloga Izanete Bianchetti Tedesco. Ao final, é claro, você pode experimentar os rótulos da casa – especialmente os produzidos com as uvas Barbera e Tempranillo. Você pode agendar sua visita em qualquer dia da semana.
TERROIR DO SÃO FRANCISCO/VINÍCOLA GARZIERA . Pioneira no enoturismo no Vale do São Francisco e uma das fazendas mais bonitas no Vale, a Garziera aos poucos retoma sua força na produção de vinhos finos. Atualmente são 4 hectares com as uvas Chenin Blanc, Cabernet Sauvignon e Moscato, utilizadas na elaboração dos rótulos GARZIERA Cabernet Sauvignon, GARZIERA Petit Syrah, GARZIERA Espumante Brut e GARZIERA Espumante Moscatel. Outro destaque da empresa é o suco de uva 100% integral Sol do Sertão, elaborado exclusivamente com uvas tipo Isabel, que garantem uma coloração mais clara e um sabor mais ácido à bebida. Você pode também visitar os parreirais ou só contemplar a impressionante vista do observatório panorâmico da vinícola. A área de desengace também é aberta ao público e, ao final, os visitantes podem degustar o suco e os rótulos Garziera, tudo acompanhado pela enóloga Solange Frazão.
Vinícola Vinum Sancti Benedictus - O processo mais artesanal de produção de vinhos ocorre nesta pequena vinícola em Curaçá (BA), fundada pelo sommelier e escritor José Figueiredo. No tour operado para visitação, o turista passa um fim de semana conhecendo detalhes do manejo das videiras, participa de uma colheita noturna e pisa de uvas, e ainda aproveita a natureza no Hotel Recanto Campestre, às margens do São Francisco. Passeio: sempre no primeiro fim de semana do mês, com hospedagem e alimentação inclusas na sexta e no sábado. Transfer opcional.
Botticelli – Vinícola do Vale do São Francisco, na Fazenda Milano. Pode ser surpresa para muita gente uma vinícola em pleno Nordeste, às margens do Rio São Francisco. Mas este “terroir” especialíssimo do vinho brasileiro, localizado no paralelo 8,5 – completamente fora da zona onde o resto do mundo cultiva vinhedos, também chamado de nova latitude – já tem história. “O pioneirismo da vitivinicultura no Nordeste é representado pelo Sertão Pernambucano, que iniciou a sua trajetória na vitivinicultura na década de 1960, produzindo vinhos base para vermutes, na cidade de Floresta, uvas de mesa em Belém do São Francisco e em Santa Maria da Boa vista, localidade que na época se chamava Coripós”, acrescenta a professora Ana Rita Leandro. Entre os anos 80 e 90, a região banhada pelo Rio São Francisco passa a ser conhecida também pela produção de vinhos finos, e em 1984 é produzido o primeiro vinho no Vale do Submédio São Francisco, com a marca Boticelli. Em 1984 a Vinícola do Vale do São Francisco, que produz os rótulos Botticelli, iniciou a plantação de seus vinhedos no local e apostou no vinho regional. Juntaram-se a ela, anos mais tarde, o grupo Miolo (no ano 2000), que produz espumante Terra Nova, na Fazenda Ouro Verde e a ViniBrasil, que tem no Rio Sol seu maior porta-estandarte do Vale do São Francisco.
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